Visitar a Borgonha em família

Se você é esportivo ou contemplativo, se você ama a natureza, você vai amar Borgonha.

A região da Borgonha é formada por quatro departamentos: Côte-d’Or, Nièvre, Saône-et-Loire e Yonne.

O caminho dos vinhos de prestigio (Grands crus) da Borgonha, mais conhecido como o Champs Elysées da Borgonha, travessa uma séria de lindos vilarejos da Côte-d’Or. Neste primeiro roteiro, eu vou mostrar os principais lugares a descobrir principalmente na Côte-d’Or.

É possível explorá-lo a pé, de bicicleta, de carro e até mesmo de balão!

Começando pela historia milenar

A produção de vinhos é praticada há mais de 25 séculos, mas é na Idade Média que os monges instauraram vastas áreas e codificaram o trabalho das vinícolas. Graças a esta atividade dos monges e dos poderosos duques da Borgonha, o vinho desta região é considerado um dos mais prestigioso do mundo.

Para conhecer bem esta rica região é preciso de mais de um dia.

Quando alguém me pergunta se é possível conhecer a Borgonha em um dia, eu digo: Não faça este turismo de massa! Muitos fazem este bate e volta de Paris, eu acho uma pena. Além de cansativo, eu penso que não há sentido visitar uma vinícola e voltar sem viver uma experiência rica de historia.

O roteiro da Borgonha em 5 dias

 

Dia 1 – Auxerre (2 horas de Paris)

Auxerre é uma capital cultural e turística, no coração da Borgonha, no vale de Yonne. A viagem começa com um banho da herança histórica medieval e renascentista.

No chão das ruas, o caminho de Cadet Roussel, um meirinho na época da Revolução que ganhou uma música tão famosa quanto ao Hino Nacional na França, nos dá boas-vindas. Seguindo este caminho, descobrimos ruas pitorescas, bairros animados e muita historia.

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O que vale ver na cidade:

  • As esculturas de madeira pintadas pelo artista François Brochet espalhadas no centro da cidade.
@Parci Parla – Estátua de Cadet Roussel
@ParciParla – Restif de la Bretonne
  • Um grande número de casas de colombage preservadas.
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  • A Torre do Relógio que apresenta um modelo de dois lados (um dos quais é uma cópia da original) do século XV com cores rosa e douradas.
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  • O Museu Saint-Germain, alojado na antiga abadia do mesmo nome, que abriga as coleções pré-históricas, galo-romanas e medievais da cidade de Auxerre, bem como exposições temporárias.
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  • Um passeio nas margens do rio Yonne.
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Dia 2 – Chablis (20 minutos de Auxerre)

A caminho da esplêndida abadia de Fontenay, parada obrigatória no vilarejo Chablis.

A reputação desta cidade é o clássico vinho branco seco, marcado por sua variedade de uva (Chardonnay) e pelo solo e pelo clima mais frio do que o resto da Borgonha. As vinícolas são majestosas, então fazer uma degustação aqui é obrigatório.

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Abbaye de Fontenay (1 hora de Chablis)

A abbaye de Fontenay é uma abadia cisterciense (agora em desuso) fundada em 1118. É a mais antiga abadia cisterciense preservada, classificada como um monumento histórico desde 1862, ela se tornou também Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1981.

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@ParciParla – Virgem e menino datada do século 13.
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Nuits-Saint-Georges (1h 15 de Abbaye de Fontenay)

Nuits-Saint-Georges é um lugar estratégico para dormir no mínimo 3 noites para visitar: Dijon, Hospices de Beaume, o castelo de Clos de Vougeot e as atrações aos arredores.

A cidade é muito conhecida por sua grande reputação de vinhos.

A historia vem da antiguidade quando o imperador romano, em 92, proibiu o plantio de novas vinhas fora da Itália. Na Idade Média, a chegada do cristianismo favoreceu a extensão das vinícolas pela criação de importantes propriedades anexadas às abadias.

Em 1395, Philippe le Hardi, filho do rei Jean II de France, decidiu melhorar a qualidade dos vinhos e proibiu o cultivo de Gamay em favor do Pinot Noir em suas terras, fazendo assim com o tempo a notoriedade dos melhores vinhos na França.

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Dia 3: Em direção ao Hotel–Dieu des Hospices Civils de Beaune (20 minutos de Nuits-Saint-Georges)

Hospice em francês é um lugar para receber pessoas idosas doentes e esta é a historia do Hotel –Dieu des Hospices Civils de Beaune.

Fundado no século XV pelo chanceler dos Duques Nicolas Rolin e sua esposa Guigone de Salins, para ajudar os doentes pobres, Hospices de Beaune é um dos asilos mais famosos do mundo, tanto por sua arquitetura borgonhesa tradicional sumptuosa (estilo gótico com telhado de telha vitrificada da Borgonha) quanto pela sua prestigiada vinícola. Ativo até a década de 60, este lugar do bem é classificado como monumento histórico desde 1862.

A visita é maravilhosa e imperdível!

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Château du Clos de Vougeot (10 minutos de Nuits-Saint-Georges)

O castelo Clos de Vougeot é um dos castelos mais famosos da região. Localizado na rota dos Grands Crus (vinhedos de prestígio) entre Dijon e Beaune na Côte-d’Or, Clos de Vougeot é classificado como monumento histórico desde 1949.

A visita começa com um filme sobre a historia do castelo, em seguida podemos admirar a arquitetura do século XII, a arte cisterciense do século XVI e o estilo renascentista.

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Maison aux Mille Truffes et Champignon, uma visita inusitada para adultos e crianças (10 minutos de Nuits-Saint-Georges)

Além da cultura dos vinhos, a região da Borgonha é também o lugar das melhores trufas francesas e para descobrir esta cultura. Apaixonados por esta atividade criaram a Maison aux Mille Truffes et Champignon. Neste lugar podemos descobrir o mundo das trufas e cogumelos preciosos de forma educativa e autêntica.

Para as crianças

Um caça ao tesouro muito divertido foi criado em uma floresta com paisagens encantadoras onde as árvores ganham vida na presença de Elfos. As crianças descobrirão um labirinto, uma seleção muito completa de cogumelos de superfície, um labirinto de trufas e uma degustação de produtos com o aroma das incríveis trufas da região.

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Dia 4 Dijon (30 minutos de Nuits-Saint-Georges)

Antiga capital dos duques da Borgonha, a cidade de Dijon se firmou desde a era romana como uma encruzilhada entre o norte da Europa e as regiões do Mediterrâneo.

A cidade não tem rio, mas tem 100 sinos!

No século 14, os Duques de Valois da Borgonha fundaram uma das cidadela mais brilhantes da Europa. Na época do Renascimento, as mansões da nobreza planificam a cidade com uma centena de sinos.

Le Parcours de la Chouette: O percurso da coruja

A coruja é o símbolo da cidade de Dijon. Ela é esculpida na capela construída no século 15 da igreja Notre-Dame de Dijon pela família Chambellan. É uma coruja que tem um grande sucesso popular.

A população local e os visitantes acariciam a escultura com a mão esquerda para fazer um desejo. Graça a esta legenda, a cidade de Dijon criou o percurso da coruja: Le Parcours de la Chouette. A coruja nos guia através de 22 pontos históricos da cidade, entre casas medievais, igrejas e mansões da época do Renascimento.

Não perca também a visita ao Museu de Belas Artes, localizado no Palácio dos Duques.

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Dia 5 Volta para Paris e visita da cidade de Vézelay (1h20 de Nuits-Saint-Georges)

Não podemos voltar para Paris sem visitar uma pequena cidade espiritual construída em cima de uma colina.

Porque visitar a cidade de Vézelay?

Vista da colina
A cidade é reconhecida pela magnifica colina com uma vista impressionante e pela Basílica de Santa Maria Madalena, patrimônios mundiais da Unesco.

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Basílica de Santa Maria Madalena
No século XI, os monges de Vézelay protegeram as relíquias de Maria Madalena trazidas da Terra Santa na Basílica de Vézelay. Na cripta da Basílica podemos ver onde se entram estas relíquias.

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Santiago de Compostela
Vézelay é também o ponto de partida de uma das principais rotas de peregrinação de Santiago de Compostela.

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Dicas para viajar na Borgonha

Viajem sem pressa e aproveitem bem esta linda região. Alugamos um carro, ficamos em apartamentos encontrados no site da Airbnb e fizemos muito pique nique :).

Se tiver alguma dica para compartilhar comigo, não hesite a me escrever.

Um abraço e à bientôt 🙂

 

 

 

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